Funcionários da Unicamp acompanham cerimônia de 50 anos de patrulheirismo mirim em Campinas

event_noteAtualizado em: 09/05/2016




Funcionários admitidos na Unicamp por meio do Círculo de Amigos do Menor Patrulheiros de Campinas (Campc) participaram nesta sexta-feira das festividades de 50 anos da entidade. O evento foi marcado pela formatura da 50ª turma de formandos do Campc, hoje chamados de aprendizes.  Ex-patrulheiro, o coordenador do Grupo Gestor de Benefícios Sociais, Edison Lins, representou o reitor José Tadeu Jorge na cerimônia que contou também, entre outras personalidades, com o prefeito de Campinas, Jonas Donizete, a ex-presidente do Campc, Maria Angélica Barreto Pyles, e o atual presidente, Lisandro Pavie Cardoso, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. “É uma honra representar a Unicamp. Fui patrulheiro e este momento significativo para mim. Parabenizo esta instituição que nasceu há 50 anos com missão tão nobre. Sou educador e aproveito este momento para fazer um apelo: temos de impedir o fechamento de salas de aula e de escolas. Ainda há muitos jovens que dependem do ensino noturno”, disse Edison Lins.
 
Ao relembrar momentos da fundação, Maria Angélica declarou que o patrulheirismo permitiu que adolescentes de Campinas tivessem um caminho promissor no mundo do trabalho. “Para mim, este momento é único, por estar celebrando, entre todos os presentes, os 50 anos do Patrulheirismo de Campinas.Falar disso, é valorizar um universo muito rico. Acredito que todos nós viemos neste mundo para cumprir determinadas tarefas. Algumas delas são verdadeiras missões.Deus me premiou com uma missão importante no dia 6 de maio de 1966.”

O Hino do Patrulheiro de Campinas foi regido por seu próprio compositor, o maestro José Luís da Silva, hoje regente formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Quando tinha 12 anos de idade, José Luís iniciou aulas de música no Conservatório Carlos Gomes, em Campinas. Aos 14 anos, já no Campc, o tenente Aldorano Antunes Moreira pediu que musicasse a letra hoje cantada por quase todos os presentes na cerimônia. A execução foi da Orquestra Sinfônica Patrulheiros de Campinas. “O tenente chegou até mim com uma folha e pediu para ‘colocar música na letra’. Logo saiu a melodia, mas preferi entregar no dia seguinte. Ele pouco sorria, mas percebi que ficou emocionado. E para minha satisfação aquela música acabou se tornando o Hino dos Patrulheiros”.

A pergunta de uma repórter sobre a importância do Campc para Campinas fez com que o prefeito Jonas Donizete relembrasse alguns encontros em seu gabinete. “Muitas vezes me reúno industriais, gerentes de banco e profissionais de outras áreas e quando pergunto sobre a história de vida dessas pessoas elas dizem: ‘fui patrulheiro mirim’”.

Atencioso, o prefeito fez questão de observar as palavras dos formandos da 50ª turma, que, inevitavelmente, foi acompanha por ex-patrulheiros e pelos parentes, que também devem ter começado naquela sede sua trajetória profissional. “Se fizermos este juramento toda manhã, o mundo será muito melhor do que é. Eles disseram: ‘Prometo olhar o mundo com os olhos cheios de amor... Prometo guardar meu ouvido de toda calúnia e minha língua de toda maldade’ . O juramento incentiva a exercitar a bondade.”

Com “flashes” de sua própria história, o prefeito orientou os novos aprendizes: “Vocês aprenderão várias questões relativas ao trabalho. Digo a vocês que quando a gente luta com fé e dedicação, as coisas dão certo... Se continuarem neste caminho, muitas coisas boas acontecerão na vida de vocês... Muitas vezes passamos por dificuldades no dia a dia, mas quero dizer uma coisa: dificuldade não mata ninguém. Elas os fortalecem.”
  No segundo mandato como presidente do Campc, o professor Cardoso disse que é uma satisfação passar tantos anos podendo prepara jovens, muitos em situação de vulnerabilidade, para atuar no mercado de trabalho. “Estou aqui desde 2013. Tem sido excelente. Era a parte que faltava do coração para mim, que sou “rotaryano”. Nosso lema hoje é ‘Preparando jovens, transformando vidas’. Primeiro transformamos a vida dos jovens, muitas vezes responsáveis pelo único salário da família, depois a vida ao redor deles”.
Cardoso acentua que a ideia é motivar os jovens a darem continuidade aos estudos, daí a obrigatoriedade de estar matriculado em alguma instituição de ensino. O Campc, segundo o presidente, tem parceria com o Centro CulturalBrasil Estados Unidos para formação em inglês para recepção; e com a Intel, para aprendizado em informática.
 
Como um estudioso da área de memória e educador, o historiador Carlos Roberto de Souza, funcionário do GGBS, acredita que a participação de ex-patrulheiros na cerimônia pode motivar os jovens aprendizes. “Este meio século de patrulheirismo representa uma trajetória de lutas, conquistas, reconstrução.Somos uma referência para essa garotada que está iniciando uma nova etapa vitoriosa em suas vidas, e não fomos diferentes, tivemos dificuldades, tivemos apoio, então que nossa história sirva como referência para que nunca percam a esperança, pois fomos um deles. Ainda mais na situação complicada do País, está faltando referência. Cada um de nós foi vitorioso a partir da educação que nossos pais nos deram e a os patrulheiros de Campinas. E eles também serão.”
 

 

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