A Unicamp em detalhes em exposição do GGBS

event_noteAtualizado em: 09/08/2016


 
A Unicamp em detalhes. É o que público pode conferir na “Exposição Unicamp 50 Anos: uma longa jornada”, aberta nesta segunda-feira (8), no Espaço Cultural Casa do Lago da Unicamp. Detalhes que podem passar despercebidos na rotina de trabalho, pesquisa ou aulas, como observa a pró-Reitora de Desenvolvimento Universitário Teresa Dib Zambon Atvars, em seu discurso na cerimônia de abertura, mas que a arte, ao evidenciá-los, é capaz mudar o olhar sobre a Universidade. O plano escolhido pelo artista que pintou o Instituto de Química, onde Teresa é professora, não foi reconhecido de imediato por ela, mas está lá e a arte permitiu que ela o contemplasse. “Na verdade, eu nunca vi aquele prédio desta outra forma. Acho que a arte tem um pouco esta dimensão que talvez a ciência exata, à qual pertenço, não tenha, que é permitir sairmos diferentes ao olharmos uma obra”, pontua, ao agradecer aos artistas e, principalmente, a Márcia Antonelli, idealizadora da exposição e professora das Oficinas de Arte do GGBS.
 

A mostra pode ser visitada até sexta-feira (12), e as obras serão doadas às unidades homenageadas.
Para retratar as minúcias do espaço acadêmico foi necessária muita dedicação por parte dos artistas, não somente nos encontros realizados no horário de almoço, mas também depois do expediente. Formada em artes plásticas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Márcia informa que a escolha pela unidade a ser traduzida em tela foi do próprio artista. “São trabalhos que foram cuidadosamente elaborados desde o final do segundo semestre de 2015 com o objetivo de prestar homenagem aos 50 anos de existência da Universidade”, declara.
 

A coordenadora da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH) da Unicamp, Maria Aparecida Quina, comparou o trabalho promovido pelo GGBS com a criação do Museu do Inconsciente no Rio de Janeiro pela psiquiatra alagoana Nise da Silveira, tema de dissertações e teses ao longo dos 50 anos da Unicamp. “Márcia tem nos permitido algo importante do ponto de vista da expressão da sensibilidade, que é trazer o inconsciente como significado que a pessoa coloca do seu entendimento daquela realidade por meio da pintura. Não foi à toa que Nise da Silveira, grande psiquiatra brasileira, criou o Museu do Inconsciente, fazendo com que aqueles pacientes com tratamento difícil se manifestassem por meio da pintura, das tintas, das cores. Ter esta atividade da pintura é trazer à tona o que de melhor temos dentro de nós. Eu já participei disso e sei o quanto é bom”, pontua.

O coordenador-geral do GGBS, Edison Lins, ressalta que o trabalho desenvolvido pela artista com os funcionários corresponde à missão do órgão em promover qualidade de vida e evidencia o empenho do grupo gerencial para que o projeto seja desenvolvido com qualidade. “Parabéns, Márcia, pela realização que engrandece a Unicamp.” 
 

A coordenadora do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), Patrícia Asfora Falabella, ressalta a qualidade dos trabalhos e o benefício promovido pela atividade artística. Como médica, lembra que atividades como a pintura oferecem qualidade de vida aos colaboradores. 
Uma das principais apoiadoras da exposição, a professora Ariane Porto, do Instituto de Artes, manifesta a satisfação de trabalhar com funcionários da Unicamp em diversos projetos artísticos e também no Simpósio de Profissionais da Unicamp (Simtec), a realizar-se em setembro deste ano.


Os autores e suas obras

Janaína Márcia de Moraes, funcionária da Unicamp há 33 anos, escolheu eternizar em sua tela a Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM). Para ela, a oficina em si é uma alegria e uma brincadeira, onde todos se divertem. “Eu sou pura emoção: ou extravaso na alegria ou na tristeza e isso reflete na tela. É fantástico fazer parte desse grupo de pintura. Foi um desafio, pois nunca imaginávamos que seriamos capazes de fazer algo tão bonito assim” conta Janaina, que começou sua trajetória na Unicamp aos 15 anos. “Eu vi todos esses institutos serem construídos ao longo destes anos de Unicamp e vê-los retratados em forma de arte é maravilhoso”. A funcionária, que admite nunca ter se imaginado no papel de artista plástica, conta como uma mulher que cruzou seu caminho em uma viagem a inspirou a começar a pintar. “Essa mulher tinha um quarto com uma parede de uma cor e com os espelhos todos pintados. Nesse dia, ela disse algo que nunca me esqueci: todo mundo é capaz de pintar, basta querer.” Quando surgiu a oportunidade de participar deste projeto, Janaína se lembrou disso. “A sensação de ver todas as obras prontas foi muito mais gostosa do que só o meu”, finaliza.

Já Flávio Cesar Geraldo, diretor de recursos humanos do Instituto de Química, conta que viu o projeto nascer no instituto de química, em 2009, com o objetivo de ajudar na autoestima dos funcionários. Após um ano pintando com eles, Geraldo hoje pinta em casa nas horas vagas e, assim como Janaína, acredita que seu estado de espírito reflete na obra. “Você tem que estar bem para pintar, você não consegue a qualquer momento. Às vezes você leva algumas horas, outras vezes meses. Depende do seu estado físico e mental”, explica o diretor, que possui 28 anos de Unicamp e pintou três telas: a Faculdade de Ciências Aplicadas e a Faculdade de Tecnologia, ambas de Limeira, e o Centro de Saúde da Comunidade (Cecom). “Eu me formei e me criei aqui dentro. Então é muito prazeroso você pegar uma foto e transformá-la em uma tela. É outro olhar que você dá para o local.”

Evangelina de Oliveira Silva, funcionária da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH), escolheu seu prédio para realizar sua pintura. Com 29 anos de Unicamp, passou a maior parte deles na DGRH, onde trabalha já há muitos anos e possui um carinho especial. “Eu não podia deixar outra pessoa pintar o meu local de trabalho; gosto muito daqui e fiz a obra com a maior dedicação”, declara a funcionária.  Segundo Evangelina, que já pinta há três anos com as oficinas oferecidas pelo GGBS, foi um longo processo, com uma aula por semana. Ela precisou se dedicar nas horas vagas para poder terminar, mas diz ter valido a pena fazer pelos 50 anos da Unicamp. “O momento da pintura é um lazer. Este quadro foi um filho que nasceu”, brinca Evangelina. 

 

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1 Comentários

Luis Silva

10/08/2016

Esta é a nossa universidade, que aos 50 anos, continua fazendo o seu brilhante papel de revelar e apoiar os seus talentos. Parabéns ao GGBS, à UNICAMP e principalmente aos artistas, pela dedicação às obras que resultaram nesta linda exposição.

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