Peça-filme Se Fosse Apenas Água... traz um rio como protagonista e narrador de sua própria história

event_noteAtualizado em: 05/04/2022




Um rio narra a sua história, contando a construção e crescimento de uma metrópole às suas margens, a urbanização que tenta domar as águas e as relações disfuncionais que seus habitantes têm com a água. A peça-filme
Se Fosse Apenas Água..., acontece no auditório do GGBS, que fica no prédio da DGA em frente a Reitoria, nos dias 31/03, 05/04, 07/04 e 19/04, às 13h30.

 

A inspiração vem da história da fundação e urbanização da cidade de São Paulo, que ainda hoje é usada como modelo para o restante do Estado e do país. Busca-se localizar historicamente os pontos de origem para problemas atuais, como as enchentes e a grilagem de terras com nascentes. 

 

Além disso, a obra provoca a reflexão cidadã sobre outros projetos de cidade possíveis de serem construídos no futuro próximo. Para dirigir Se Fosse Apenas Água..., a companhia convidou Rodrigo Spina (Prêmio Aplauso Brasil de melhor direção pelo espetáculo Aqui estamos com milhares de cães vindos do mar). A dramaturgia é assinada por Gabriel Pangonis e o próprio grupo, com orientação de Isa Kopelman (Prêmios APETESP e Troféu Mambembe de melhor atriz). A cenografia é de Julio Dojcsar (Prêmio Shell) e o figurino de Beatriz Schwartz. O elenco é formado por Gabriel Pangonis, Lucas Fernandes e Samantha Rossetti.

 

A principal poética da obra é dar voz ao rio, deixar ele expressar suas opiniões e impressões através da boca da atriz. Assim como imaginar sua subjetividade e angústias frente aos rumos que a urbanização tomou. A obra desloca o ponto de vista da plateia, através do ponto de vista do rio, como um convite a ver outras possibilidades de cidade. Se Fosse Apenas Água… foi gravado em pontos importantes da cidade de São Paulo, como Vale do Anhangabaú e Edifício Copan. 

 

“Nos articulamos em cima da necessidade de estranhar e debater essa realidade, encontrando uma linguagem potente para esse procedimento. Nesta pesquisa, a ficção não poderia dar conta de reproduzir a realidade, mas com ela pode-se dilatar o real, amplificar o que é histórico, sintetizar as divergências políticas, imaginar o que poderia ter sido, inverter a situação e dar voz a quem não pode falar”, conta o dramaturgo Gabriel Pangonis.

 

Sinopse 

Um rio narra a sua história, contando a construção e crescimento de uma cidade às suas margens. Um plano diretor foi traçado, vai se construir uma metrópole, pelo bem das futuras gerações e dos negócios. Para isso, o fluxo das águas teve que dar lugar ao fluxo de automóveis, ao asfalto e ao esgoto. Hoje, novas gerações podem caminhar desavisadas do que ainda jorra oculto sob seus pés. No entanto, se estes se permitirem desacelerar, ouvirão um leve gorgolejar sob a rua. Num sussurro, o rio ora devaneia com esperança e ora promete vingança: Um grande dilúvio para o qual não haverá arca da salvação. Até quando continuaremos desavisados? 

 

Ao perceber que a cidade foi construída dessa forma por determinados motivos, pode-se pensar razões para construí-la diferente daqui para frente. Por isso, o espetáculo se completará nos bate-papos da equipe criativa com a plateia, expandindo os horizontes para além da apreciação estética em direção à discussão cidadã. Assim, convidamos o público a conhecer uma nova perspectiva sobre sua história, e conosco, vislumbrar que a cidade poderia, e ainda pode, ser diferente. 



 

Rodrigo Spina (Diretor) 

É professor de expressão vocal e interpretação no curso de Artes Cênicas da UNICAMP”. Desde 2018, exerce a função de coordenador pedagógico no curso de Artes Cênicas na mesma instituição. Doutor em Artes da Cena pela UNICAMP (2017). Mestre em Artes pela UNICAMP (2011). Bacharel no Curso Superior do Audiovisual na USP (2009). Ator formado pelo curso técnico de formação de atores no Célia Helena Teatro-escola (2007). É diretor artístico do grupo de teatro “Os Barulhentos”, junto ao qual dirigiu “Muito Barulho por Nada” (2013) de W. Shakespeare e “Aqui estamos com milhares de cães vindos do mar” (2015) de Matéi Visniec, espetáculo vencedor do prêmio APCA de melhor espetáculo 2015 e melhor direção no Prêmio Aplauso Brasil no mesmo ano. Integra a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico desde 2008, onde realizou os espetáculos “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros” (2010) e “Do Jeito Que Você Gosta” (2010) e “Ifigênia” (2012), “o Jardim das Cerejeiras” (2014), “Sala dos Professores” (2016) e “Diásporas” (2017). Como ator, também participou dos espetáculos “Eles não usam Black Tié”(2006), de Gianfrancesco Guarnieri, com direção de Gabriel Miziara; “Caldé e os peixes que aprenderam a nadar no ar” (2008) criação coletiva com direção de Marcelo Lazzaratto e “Para onde foram as bolhinhas de sabão?” (2009), com direção de Marcelo Lazzaratto. Ministrou aulas de expressão vocal no Teatro Escola Célia Helena, Faculdade de Artes Célia Helena e na UNIBAN (2009 - 2010). 

 

Julio Dojcsar (Cenógrafo) 

É grafiteiro e cenógrafo. Prêmio Shell de Melhor Figurino (2008), parceria com Silvana Marcondes e Fernando Sato no espetáculo “O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado”, da Cia São Jorge de Variedades. Integrante do coletivo casadalapa, co-criador do projeto Enquadro, contemplado pelo Rumos do Instituto Itaú Cultural. Concebeu e desenvolveu ao lado do estilista Jum Nakao a exposição REVOLVER MON – Curitiba 2008, parceria vinda dos desfiles do estilista no São Paulo Fashion Week. Também é integrante do coletivo Frente 3 de Fevereiro, onde desenvolveu intervenções na Copa da Cultura em Berlim (2006), integrou o fórum de artes públicas em Johannesburgo – África do Sul (2008), realizando intervenção artística na tríplice fronteira África do Sul/Moçambique/Zimbábue. Participou em 2011 da Quadrienal de Cenografia de Praga na representação brasileira com três trabalhos – Enquadro primeiro episódio Domingas – O Sto. Guerreiro e o Herói desajustado e Projeto Barafonda – Cia São Jorge de variedades. Atuou como professor especialista convidado no do departamento de teatro do Instituto de Artes da Unicamp em 2019. Atualmente está desenvolvendo o Projeto Natureza Marginal, um livro às margens do Rio Tiête – 2020. Seus últimos trabalhos com teatro incluem: “Cenas Centrífugas primeira edição”(2019), Sesc Santo André, no qual foi Diretor de Arte e espacialidade; “Gota d’agua Preta”(2019), direção de Jé Oliveira; “Bagagem” (2018), com Márcio Ballas; e A Hospedeira (2017), com direção de Georgete Fadel. 

 

Isa Kopelman (Dramaturga) 

É atriz, diretora, dramaturga e tradutora de obras relacionadas a teorias teatrais. Formada pela Escola de Arte Dramática de São Paulo (66-68), participou de peças como “Victor, ou As Crianças no Poder”, direção de Celso Nunes, e

“Macunaíma”, direção de Antunes Filho. Foi consagrada com os prêmios APETESP e Troféu Mambembe de melhor atriz, com os espetáculos “Um Dibuk para duas Pessoas” (1983) e “No Natal a Gente vem te Buscar”(1979). No campo da direção, iniciou como assistente de Antunes Filho na primeira montagem do espetáculo “Macunaíma” (1978), tendo encenado posteriormente na EAD de São Paulo (1984), e em espetáculos da Unicamp, podendo-se destacar “As Suplicantes”, de Ésquilo (2001); “As rãs”, de Aristófanes (2003). Destes, foi também dramaturgista. Escreveu a dramaturgia do espetáculo “Noites Árabes”(2016), dirigido por Eduardo Okamoto. Atuou no espetáculo “Bonecas Quebradas”(2015), sob direção de Verônica Fabrini. Doutora em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atua como docente do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas nos cursos de graduação e pós graduação desenvolvendo pesquisas na área das dramaturgias contemporâneas e matrizes do teatro clássico. 

 

Samantha Rossetti (Atriz) 

É atriz, graduada em Artes Cênicas pela UNICAMP (2018) e formada pelo Teatro Escola Macunaíma (São Paulo - SP, 2012). Estudou atuação com Maria Thaís, Eduardo Okamoto, Tiche Vianna, Jesser de Souza, Nara Sakarê, Luciana Canton, Ésio Magalhães e Ricardo Puccetti. Em 2018 apresentou-se pelo Circuito Sesc de Artes 2018, com o espetáculo “As Presepadas de Damião” e em março de 2020 com a peça “Aqui Estamos com Milhares de Cães Vindos do Mar” da Cia. Os Barulhentos nos SESIs AE Carvalho (São Paulo - SP) e Araraquara. Participou de diversas peças sob direção de Marcelo Lazzaratto, Matteo Bonfitto, Isa Kopelman, entre outros. Fez parte da 3ª Temporada da série PSI, ep. 3, com direção de Luciano Moura (São Paulo - SP). 

 

Lucas Fernandes (Ator) 

É artista-criador em artes da cena e músico. Graduado em artes cênicas pela Universidade estadual de Campinas - Unicamp (2018) e formado no nível médio em Piano Erudito e Canto pela Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim) e Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), 2003 até 2014. Atuou como cantor em “TOMMY Ópera Rock (2006)”, e na ópera “Albert Hering” (2007), ambas dirigidas por Mauro Wrona. Integrou o coro infantil da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), de 2007 à 2010. Foi solista na ópera “Ça Ira” de Roger Waters e Rick Wentworth, com concepção e direção cênica de Caetano Villela e Chris Aizner e direção musical por Luiz Fernando Malheiro. Com ator trabalhou nas montagens teatrais: Macchina D’Amore” (2015) sob direção de Verônica Fabrini; em “Kómma” (2017), sob direção de Mário Santana; “Sr. Puntila e Seu Criado Matti” (2017) sob direção de Wanderley Martins. Compôs à Pedra Cia. participando, como intérprete-criador e produtor, dos espetáculos “Carcaças” (2017), “Curtos Programas para Espaços Ausentes” (2018), ambos orientados e dirigidos por Junior Romanini. Atualmente, é ator convidado d’Os Barulhentos atuando no espetáculo “Milhares de Cães Vindos do Mar” pelo edital Viagem Teatral - SESI (2020) e do projeto “Alucinações Musicais” ambos dirigidos por Rodrigo Spina. Integra à Cia. Paraplanos, como intérprete-criador, e ao Guatambu Teatro, grupo propositor do projeto “Se Fosse Apenas Água…”. 

 

Beatriz Schwartz (Figurino) 

É produtora e figurinista, formada em Artes Cênicas pela UNICAMP. Começou seus estudos em figurino em 2011, desenvolvendo figurinos para para dança em espetáculos para Ballet, Jazz e Contemporâneo. Em 2018 desenhou o figurino e fez a produção da peça A Megera Domada - Ou Assim Se Mata Uma Mulher Com Gentilezas, com direção de Gabriel Pangonis e orientação de Rodrigo Spina. Em 2019 desenhou o figurino e fez a produção da peça Lara e o Pássaro, com direção de Luciana Mizutani. Estagiou nos espetáculos Gota D’Água [ à seco ] ( 2019) e no Elza, O Musical (2019) produzidos pela Sarau Agência de Cultura. Participou de vários cursos voltados para as artes da cena, entre eles “Por Trás da Cena: Bastidores da Produção” (2019), ministrado por Gilma Oliveira e “Introdução à Produção Cênica de A-Z " (2019), ministrado por Gustavo Schraier. Foi membro do coletivo Animales participando como atriz, figurinista e produtora. 

 

Ficha técnica 

Direção e Fotografia: Rodrigo Spina

Dramaturgia: Gabriel Pangonis e o grupo

Orientação dramatúrgica: Isa Kopelman

Atuação: Gabriel Pangonis; Lucas Fernandes; Samantha Rossetti

Cenografia: Julio Dojcsar

Figurino: Beatriz Schwartz

Direção de Produção: Gabriel Pangonis

Produção Executiva: Beatriz Schwartz

Designer gráfico: Junior Romanini

Operação de luz e assistência de produção: Luan Assunção

Operação de som, legendagem e assistência de produção: Rafa Marotti

Montagem: Rafaela Bermond e Rodrigo Forti - Bermond Produções

Mixagem de som: Rafael Bonini - Bermond Produções

 

Serviço

31/03, 05/04, 07/04 e 19/04, às 13h30.

Gratuito no Auditório do GGBS, localizado no prédio da DGA em frente a Reitoria.

Duração: 25 min. 

Classificação indicativa: Livre

 

 

 

 

 

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