Aposentados sempre serão parte da história

event_noteAtualizado em: 05/10/2016

 


Como eternizou o letrista brasileiro, “recordar é viver” e, quando isso acontece, não tem jeito, os olhos começam a marejar, como descreve a estagiária em relações públicas do Grupo Gestor de Benefícios Sociais Ana Paula Barreto. A participação na equipe de apoio do VI Simtec teve momentos marcantes para ela, mas na terça-feira, o que a cativou foi o conjunto de histórias dos servidores aposentados. Ana talvez corrobore as palavras da professora Ítala D’Otavianno, assessora da Reitoria da Unicamp e coordenadora da programação comemorativa dos 50 anos. “Esta homenagem no VI SImtec faz com que a atuação dos aposentados seja registrada para servir como exemplo aos profissionais atuantes na Universidade e para as próximas gerações.

E Ana tem razão, eles estavam mesmo comovidos. Alguns ainda comovidos com o recebimento da carta-convite, como é o caso de Edeval Lujan, aposentado pelo Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), que recordou parte do início de sua trajetória, num prédio compartilhado como Instituto de Química (IQ). “Recebi a carta com surpresa. Fico agradecido por lembrarem de minha atuação. Feliz em participar e reencontrar os colegas. Revi apenas um professor da época aqui, mas foi com grande alegria que vim para cá hoje. Comecei a lembrar desde 1969, quando entrei na Unicamp, havia só dois prédios. Tinha mais alugados na cidade. Reitoria era no Culto à Ciência. O laboratório onde trabalhávamos era alugado e ocupávamos o segundo e terceiro andares. O curso tinha somente duas alunas. Poucos alunos. Assisti ao crescimento da Universidade, numa época em que os equipamentos tinham de ser importados. Começamos a desenvolver e, na época, Zeferino tinha pressa da Unicamp. Queria ver crescer, e a gente corria.” Um exemplo para Ana e outros monitores, certamente, pois depois de fazer um curso de eletrônica, foi convidado a fazer teste em 1968 e <acabou ficando>.



Sônia Marcelino começou no prédio da Maternidade de Campinas, em 1964. E ao falar na homenagem e relembrar cada degrau vencido na Unicamp, os olhos marejam. “Emocionante. Gostei que lembrassem de mim, fiquei surpresa e feliz. Eu era muito exigente.” O tempo na Unicamp representa tudo em sua vida, conforme declara. “Cada degrau, degrau, degrau”, repete com a voz embargada. “Oportunidade que muita gente não teve, eu tive. Fui do mais baixo cargo até o mais alto de uma unidade, o de assistente técnico de direção. Minha matrícula é número 10. Trabalhei na Maternidade, depois na Tesouraria, voltei para Instituto de Biologia, onde aposentei. Fiz técnico de contabilidade e ciências contábeis. Naquela época, era mais difícil se formar.”
Mas estimulada pela equipe de reportagem do Simtec, faz as listas de expoentes da área de Ciência Biológicas que sempre terão o nome lembrado na comunidade científica, mas sobre os servidores, Sônia, cabe a iniciativas como a da equipe do Simtec, lembrar da participação na grande construção desde as terras vermelhas. “Trabalhei com expoentes da área médica e biológica, como Carlos Eduardo Negreiros de Paiva, Walter Augusto Haddler, Crodowaldo Pavan, Antônio Celso Magalhães, Mohamed Habib e outros”. Quanto à exigência, está tudo certo, pois é vontade que as coisas deem certo.




Seja pela simpatia, pela presteza, solicitude, história profissional ou pessoal, destaque na área de formação ou trabalho, o importante é que em torno de 60 funcionários estiveram presentes no Centro de Convenções da Unicamp nesta terça-feira para receber homenagens da comunidade universitária. Eles foram escolhidos pela comunidade de suas unidades ou órgãos para representar uma vasta lista de profissionais que contribuíram com o desenvolvimento da Universidade nestes 50 anos de história. Parentes de servidores indicados pela unidade para receber a homenagem póstuma também se somaram ao público especial do Simtec. “A Unicamp só existe porque todo mundo contribui”, ressalta o chefe de Gabinete adjunto Osvaldir Pereira Taranto.




Eustáquio Gomes, assessor de imprensa da Unicamp falecido em 2014, foi representado pela esposa Vera e os filhos Lalinca e Leandro. “Ficamos muito honrados com a homenagem. E onde ele estiver, temos certeza que se sente honrado também. É muito emocionante, sempre esta demonstração de carinho com ele e conosco. É gratificante. É mostra do reconhecimento pelo esforço que ele dispendeu quase toda a vida toda à Unicamp”, declara o engenheiro eletricista formado pela Unicamp, Leandro Gomes.

A diretora de informática Regina Bernardo Luz, homenageada pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), declara que ser lembrada nos 50 anos e ser indicada pela unidade é motivo de muito agradecimento a Deus e pela oportunidade de seguir carreira profissional na Universidade. Unicamp proporcionou tudo isso. É um lugar de muitos saberes, muito conhecimento. Aqui, encontrei pessoas que compartilharam este conhecimento com a gente. Pessoas maravilhosas às quais pude me dedicar a minha profissão e passar estes 36 anos de funcionalismo público com muita felicidade, empenho e dedicação. Nove anos na secretaria da Agricultura. Entrou na Unicamp em 1987”, sintetiza.





Para coroar, todos assistiram a parte do repertório do espetáculo "Amanhã há de ser outro dia" do Coral Unicamp Zíper na Boca. Claro,com uníssono de "mais um".

Hoje acontecem sessões de apresentações orais, pôster em um minuto e palestra com a professora Olga von Simson e o Núcleo de Samba Cupinzeiro, às 15 horas, no Centro de Convenções da Unicamp. A equipe lembra para, se possível, o público levar doação de alimento não perecível para entidade social de Campinas.

 

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